Pimentinha
Eu queria escrever algo lindo sobre Elis Regina, algo que fizesse com que quem lera isto sentisse uma vontade irresistível de escutá-la. Dizer coisas assim como que ela foi -e segue a ser 24 anos depois da sua tristíssima morte- a melhor voz da MPB de todos os tempos. Poderia até acrescentar que, fora do Brasil, a sua voz, a força dela, a imagem artística, sensibilidade e a inteligência com que soube dirigir a sua carreira faz com que Elis suporte sem sofrer a comparação com a Billie Holiday, a Ella Fitzgerald ou a Aretha Franklin. Se calhar, deveria mencionar como ela segue a ser uma das artistas mais queridas pelo público brasileiro.
A seguir, é claro, teria de explicar como me emociona ouví-la cantar. Como resulta abraiante perceber os câmbios de registo de que era capaz, a facilidade com que Elis podia transmitir de jeito sincero qualquer matiz presente numa palavra, numa frase, numa canção.
Em lugar disso, reproducirei a letra duma das suas canções. Isso deveria bastar para conseguir acordar esse interesse muito melhor do que as minhas pobres palavras.
Ai vai:
COMO OS NOSSOS PAIS
Não quero lhe falar, meu grande amor
das coisas que aprendi nos discos
Quero lhe contar como eu vivi
e tudo o que aconteceu comigo
Viver é melhor que sonhar
Eu sei que o amor é uma coisa boa
Mas também sei que qualquer canto
é menor do que a vida de qualquer pessoa
Por isso cuidado meu bem
Há perigo na esquina
Eles venceram e o sinal está fechado p'ra nós
que somos jovens
Para abraçar seu irmão e beijar sua menina na rua
é que se fez o seu braço, o seu lábio e a sua voz
Você me pergunta pela minha paixão
Digo que estou encantada com uma nova invenção
Eu vou ficar nesta cidade não vou voltar p'ro sertão
pois vejo vir vindo no vento
o cheiro da nova estação
Eu sei de tudo na ferida viva do meu coração
Já faz tempo eu vi você na rua
cabelo ao vento, gente jovem reunida
Na parede da memória essa lembrança
é o quadro que dói mais
Minha dor é perceber que apesar
de termos feito tudo o que fizemos
ainda somos os mesmos e vivemos
ainda somos os mesmos e vivemos
como os nossos pais
Nossos ídolos ainda são os mesmos
e as aparências não enganam não
Você diz que depois deles não apareceu mais ninguém
Você pode até dizer que eu 'tou por fora
ou então que eu 'tou inventando
Mas é você que ama o passado e não vê
Mas é você que ama o passado e que não vê que o novo sempre vem
Hoje eu sei que quem me deu
a ideia de uma nova consciência e juventude
'tá em casa guardado por deus
contando o vil metal
Minha dor é perceber que apesar
de termos feito tudo, tudo tudo tudo o que fizemos
nós ainda somos os mesmos e vivemos
ainda somos os mesmos e vivemos
ainda somos os mesmos e vivemos
como os nossos pais
A seguir, é claro, teria de explicar como me emociona ouví-la cantar. Como resulta abraiante perceber os câmbios de registo de que era capaz, a facilidade com que Elis podia transmitir de jeito sincero qualquer matiz presente numa palavra, numa frase, numa canção.
Em lugar disso, reproducirei a letra duma das suas canções. Isso deveria bastar para conseguir acordar esse interesse muito melhor do que as minhas pobres palavras.
Ai vai:
COMO OS NOSSOS PAIS
Não quero lhe falar, meu grande amor
das coisas que aprendi nos discos
Quero lhe contar como eu vivi
e tudo o que aconteceu comigo
Viver é melhor que sonhar
Eu sei que o amor é uma coisa boa
Mas também sei que qualquer canto
é menor do que a vida de qualquer pessoa
Por isso cuidado meu bem
Há perigo na esquina
Eles venceram e o sinal está fechado p'ra nós
que somos jovens
Para abraçar seu irmão e beijar sua menina na rua
é que se fez o seu braço, o seu lábio e a sua voz
Você me pergunta pela minha paixão
Digo que estou encantada com uma nova invenção
Eu vou ficar nesta cidade não vou voltar p'ro sertão
pois vejo vir vindo no vento
o cheiro da nova estação
Eu sei de tudo na ferida viva do meu coração
Já faz tempo eu vi você na rua
cabelo ao vento, gente jovem reunida
Na parede da memória essa lembrança
é o quadro que dói mais
Minha dor é perceber que apesar
de termos feito tudo o que fizemos
ainda somos os mesmos e vivemos
ainda somos os mesmos e vivemos
como os nossos pais
Nossos ídolos ainda são os mesmos
e as aparências não enganam não
Você diz que depois deles não apareceu mais ninguém
Você pode até dizer que eu 'tou por fora
ou então que eu 'tou inventando
Mas é você que ama o passado e não vê
Mas é você que ama o passado e que não vê que o novo sempre vem
Hoje eu sei que quem me deu
a ideia de uma nova consciência e juventude
'tá em casa guardado por deus
contando o vil metal
Minha dor é perceber que apesar
de termos feito tudo, tudo tudo tudo o que fizemos
nós ainda somos os mesmos e vivemos
ainda somos os mesmos e vivemos
ainda somos os mesmos e vivemos
como os nossos pais
Como? Ainda estais ai? Correi a escutá-la! Já!
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