Morreu o papagaio!
Um ano mais, Pontevedra celebrou o enterro de Ravachol. Este ano, o disfarce do animalinho causou uma certa polémica, mas no final tudo correu como sempre, que esta é vila tranquila.
Há já muitos anos que o entrudo pontevedrês deixou de enterrar sardinhas para enterrar papagaios reivindicativos, como não podia ser menos dada a história do defunto em quanto estivo vivo. O Ravachol original foi um famossísimo assasino de mulheres francês de fins do século XIX que se revelou como um terrível anarquista sem deus nem amo durante o seu juízo. Não se sabe se quando Perfecto Feijoo adoptou ao papagaio e o pôs na sua botica da Igreja da Peregrina, o animal já tinha o nome do anarquista ou foi ideia feliz do boticário e folclorista pontevedrês; mas o caso é que o papagaio se fez pronto com uma merecida fama de "deslenguado", proferindo insulto e palavrões que espantavam às beatas que iam a missa. Tambem repetia frases mais inocentes, que às vezes eram pronunciadas em situações que provocavam a hilaridade geral:
"Si collo a vara", "Don Perfeuto, xente na tenda", "Un patacón de manesia", "Aquí non se fía". Dizque ao político Montero Rios dirigiu-lhe um "Vaite de aquí larpeiro" e que ao mesmíssimo Castelar chamou-o "Demo de barbas".
O papagaio morreu em 1913, num martes de entrudo e o seu sepélio foi digno dum rei. Milheiros de enlutados pontevedreses acompanharam o finado entre grandes exibições de dor. Desde há uns vinte anos, Pontevedra rememora o enterro do papagaio de Don Perfecto e as suas ocorrências como símbolo distintivo do seu entrudo.
Há já muitos anos que o entrudo pontevedrês deixou de enterrar sardinhas para enterrar papagaios reivindicativos, como não podia ser menos dada a história do defunto em quanto estivo vivo. O Ravachol original foi um famossísimo assasino de mulheres francês de fins do século XIX que se revelou como um terrível anarquista sem deus nem amo durante o seu juízo. Não se sabe se quando Perfecto Feijoo adoptou ao papagaio e o pôs na sua botica da Igreja da Peregrina, o animal já tinha o nome do anarquista ou foi ideia feliz do boticário e folclorista pontevedrês; mas o caso é que o papagaio se fez pronto com uma merecida fama de "deslenguado", proferindo insulto e palavrões que espantavam às beatas que iam a missa. Tambem repetia frases mais inocentes, que às vezes eram pronunciadas em situações que provocavam a hilaridade geral:
"Si collo a vara", "Don Perfeuto, xente na tenda", "Un patacón de manesia", "Aquí non se fía". Dizque ao político Montero Rios dirigiu-lhe um "Vaite de aquí larpeiro" e que ao mesmíssimo Castelar chamou-o "Demo de barbas".
O papagaio morreu em 1913, num martes de entrudo e o seu sepélio foi digno dum rei. Milheiros de enlutados pontevedreses acompanharam o finado entre grandes exibições de dor. Desde há uns vinte anos, Pontevedra rememora o enterro do papagaio de Don Perfecto e as suas ocorrências como símbolo distintivo do seu entrudo.
Etiquetas: Curiosidades, Galiza
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