Comentário às eleições municipais no meu povo
Como BNG e PSOE retêm a maioria no meu povo pese ao inegável atractivo eleitoral do "encantador de serpientes" e promotor inmobiliário sem escrúpulos que tinha por candidato o PP (um acto desesperado para recuperar o seu feudo pontevedrés trá oito anos "liberado") e pensando no que estes próximos quatro anos vão supor para a resolução do conflictivo traslado dos chantagistas de ENCE, só me fica aditar:
Rosalinda
Rosalinda, se tu fores à praia, se tu fores ver o mar,
cuidado não te descaia o teu pé de catraia em óleo sujo à beira-mar,
cuidado não te descaia o teu pé de catraia em óleo sujo à beira-mar.
A branca areia de ontem está cheínha de alcatrão.
As dunas de vento batidas são de plástico e carvão,
e cheiram mal como avenidas, vieram para aqui fugidas a lama, a putrefacção.
As aves já voam feridas, e outras caem ao chão.
Mas na verdade, Rosalinda, nas fábricas que ali vês
o operário respira ainda, envenenado, a desmaiar, o que mais há desta aridez.
Pois os que mandam no mundo só vivem querendo ganhar,
mesmo matando aquele que morrendo vive a trabalhar.
Tem cuidado, Rosalinda, se tu fores à praia, se tu fores ver o mar,
cuidado não te descaia o teu pé de catraia em óleo sujo à beira-mar,
cuidado não te descaia o teu pé de catraia em óleo sujo à beira-mar.
E em Ferrel, lá para Peniche, vão fazer uma Central
que para alguns é nuclear, mas para muitos é mortal.
Os peixes hão-de vir à mão, um doente, outro sem vida, não tem vida o pescador.
Morre o sável e o salmão, "Isto é civilização", assim falou um senhor.
Tem cuidado, Rosalinda, se tu fores à praia, se tu fores ver o mar,
cuidado não te descaia o teu pé de catraia em óleo sujo à beira-mar,
cuidado não te descaia o teu pé de catraia em óleo sujo à beira-mar.
[Fausto, Madrugada dos Trapeiros, (1978)]
Recomendo escutar a canção cá.
Rosalinda
Rosalinda, se tu fores à praia, se tu fores ver o mar,
cuidado não te descaia o teu pé de catraia em óleo sujo à beira-mar,
cuidado não te descaia o teu pé de catraia em óleo sujo à beira-mar.
A branca areia de ontem está cheínha de alcatrão.
As dunas de vento batidas são de plástico e carvão,
e cheiram mal como avenidas, vieram para aqui fugidas a lama, a putrefacção.
As aves já voam feridas, e outras caem ao chão.
Mas na verdade, Rosalinda, nas fábricas que ali vês
o operário respira ainda, envenenado, a desmaiar, o que mais há desta aridez.
Pois os que mandam no mundo só vivem querendo ganhar,
mesmo matando aquele que morrendo vive a trabalhar.
Tem cuidado, Rosalinda, se tu fores à praia, se tu fores ver o mar,
cuidado não te descaia o teu pé de catraia em óleo sujo à beira-mar,
cuidado não te descaia o teu pé de catraia em óleo sujo à beira-mar.
E em Ferrel, lá para Peniche, vão fazer uma Central
que para alguns é nuclear, mas para muitos é mortal.
Os peixes hão-de vir à mão, um doente, outro sem vida, não tem vida o pescador.
Morre o sável e o salmão, "Isto é civilização", assim falou um senhor.
Tem cuidado, Rosalinda, se tu fores à praia, se tu fores ver o mar,
cuidado não te descaia o teu pé de catraia em óleo sujo à beira-mar,
cuidado não te descaia o teu pé de catraia em óleo sujo à beira-mar.
[Fausto, Madrugada dos Trapeiros, (1978)]
Recomendo escutar a canção cá.
Etiquetas: Cosmopolítica, Galiza
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