sexta-feira, junho 29, 2007

Autorretrato nº 2




Assim sou eu quando estou de férias em Springfield. (Feito com um brinquedo no site oficial da película dos Simpsons).

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quinta-feira, junho 28, 2007

Les amants réguliers


Agora que o Sarko ataca de jeito desumano o 68 francês [nota: não esquecer JAMAIS que existiram outros 68: Ciudad de México, Berkeley, Praga, até Madrid; embora não sempre coincidiram em datas com a grande festa-incêndio situacionista de Paris], e tenta convertê-lo no responsável de todos os males que assolam actualmente à República Francesa revisar esta maravilhosa película de Philippe Garrel finalmente editada em DVD por Intermedio converte-se num saudável exercício intelectual e emocional.

Já se disse que Les amants réguliers é um filme que faz de contraponto a The Dreamers, embora seja muito superior à fita do Bertolucci. Mas algo de verdade existe na afirmação, já que se ocupam da mesma época fixando a atenção em personagens com similares motivos existenciais. Mas Garrel vai além do Bertolucci e o seu caminho é o do doloroso fracasso dos sonhos e anelos duma utopia que muito perto esteve de se tornar real; enquanto Bertolucci limitou-se a permitir que as suas personagens se perderam no meio das revoltas por simples inércia adolescente e amor pelo cinema. E é por isso que Les amants réguliers é infinitamente mais valiosa, porque fala desde a época (Garrel filmara de câmara em mão os distúrbios parisienses do 68 conseguindo o que Godard disse que era o único filme sincero sobre esses acontecimentos) e porque todos os sonhos e anelos dos que falávamos antes concentram-se, misturados com a amargura e a desorientação do seu desvanecimento, nas três horas que dura a película. Em este sentido, é crucial a cena na que três gerações da família Garrel reúnem-se numa cozinha para falar da perda da esperança: o avô, actuando para o pai que está trás da câmara, e o filho, protagonista da película (e de The Dreamers). Estabelece-se assim uma continuidade na história de essa revolução que-não-foi por culpa da reacção gaullista e a traição dos sindicatos. E o filho, Louis Garrel, recebe da sua própria família uma lição do que era compromisso político, ético e espiritual há já tantos anos.

A película funciona também como remate da Nouvelle Vague, como continuadora dum estilo distinto de fazer cine oposto radicalmente à banalidade, a estupidez ou o paternalismo absurdo que temos de sofrer os espectadores cada vez que tragamos um novo subproduto hollywoodiense. Não há nada artificial em Les amants réguliers, porque iria contra a sinceridade brutal que procura a película. Não há falsa espectacularidade nem sequer nas cenas de luta nas ruas. E também não existem explosões sentimentais dirigidas a públicos embrutecidos. Tudo transcorre como a própria vida, num branco e preto desapiedado e delicado, e a gente acredita que está a ver uma película de Bresson ou dos primeiros Godard, Rohmer ou Truffaut; ou melhor: uma película de Jean Eustache, amigo e mentor de Philippe Garrel a quem este pretendia fazer homenagem.

Esta película converter-se-á numa obsessão para muitos que se verão reflectidos no seu compromisso. Converter-se-á numa obra à que teremos que volver constantemente durante anos e que se poderá ensinar com orgulho para demonstrar o que é em verdade o cine.

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segunda-feira, junho 25, 2007

Asturias, Junho de 2007

Just the moment aka Life's a beach (of course)

Alguns dos meus alunos a desfrutar da praia em Astúrias.

(Clicai na foto para vè-la mais grande e melhor em Flickr).

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sexta-feira, junho 22, 2007

Barco e faro

The ship & the lighthouse

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quinta-feira, junho 21, 2007

A little soul

"A Little Soul" (Pulp)

Hey man,
how come you treat your woman so bad?
That's not the way you do it. No, no, no..
you shouldn't do it like that.
I could show you how to do it right.
I used to practice every night on my wife now she's gone. Yeah, she's gone.

You see your mother and me
we never got along that way you see.
I'd love to help you but everybody's telling me you look like me
but please don't turn out like me.
You look like me
but you're not like me I know.
I had one, two, three, four shots of happiness.
I look like a big man but I've only got a little soul.
I only got a little soul.

Yeah, I wish I could be an example.
Wish I could say I stood up for you and
fought for what was right. But I never did.
I just wore my trenchcoat and stayed out every single night.
You think I'm joking? Well, try me. Yeah, try me. Yeah come on, try me tonight.
I did what was wrong though I knew what was right.
I've got no wisdom that I want to pass on. Just don't hang 'round here, no,
I'm telling you son. You don't wanna know me.
Oh, that's just what everybody's telling me.

& everybody's telling me you look like me but please don't turn into me.
You look like me but you're not like me I hope.
I have run away from the one thing that I ever made.
Now I only wish that I could show you - wish I could show a little soul.
Wish I could show a little soul.

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terça-feira, junho 05, 2007

Chuva na minha janela

Rain on my window

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segunda-feira, junho 04, 2007

Guerra/garra

Guerra

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Gostava mais era...

de ter um amigo cura para lhe pedir que oficiasse no meu casamento civil.

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domingo, junho 03, 2007

Também em Portugal...

Estive em Toledo...

...e vi isto tudo.

Toledo y el Tajo

Catedral de Toledo

Coro de la catedral de Toledo

Transparente de la catedral de Toledo

Tejados

Recuerdos de Toledo

Ceramica

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sábado, junho 02, 2007

Comentário às eleições municipais no meu povo

Como BNG e PSOE retêm a maioria no meu povo pese ao inegável atractivo eleitoral do "encantador de serpientes" e promotor inmobiliário sem escrúpulos que tinha por candidato o PP (um acto desesperado para recuperar o seu feudo pontevedrés trá oito anos "liberado") e pensando no que estes próximos quatro anos vão supor para a resolução do conflictivo traslado dos chantagistas de ENCE, só me fica aditar:



Rosalinda

Rosalinda, se tu fores à praia, se tu fores ver o mar,
cuidado não te descaia o teu pé de catraia em óleo sujo à beira-mar,
cuidado não te descaia o teu pé de catraia em óleo sujo à beira-mar.

A branca areia de ontem está cheínha de alcatrão.
As dunas de vento batidas são de plástico e carvão,
e cheiram mal como avenidas, vieram para aqui fugidas a lama, a putrefacção.

As aves já voam feridas, e outras caem ao chão.
Mas na verdade, Rosalinda, nas fábricas que ali vês

o operário respira ainda, envenenado, a desmaiar, o que mais há desta aridez.
Pois os que mandam no mundo só vivem querendo ganhar,
mesmo matando aquele que morrendo vive a trabalhar.

Tem cuidado, Rosalinda, se tu fores à praia, se tu fores ver o mar,
cuidado não te descaia o teu pé de catraia em óleo sujo à beira-mar,
cuidado não te descaia o teu pé de catraia em óleo sujo à beira-mar.

E em Ferrel, lá para Peniche, vão fazer uma Central
que para alguns é nuclear, mas para muitos é mortal.
Os peixes hão-de vir à mão, um doente, outro sem vida, não tem vida o pescador.
Morre o sável e o salmão, "Isto é civilização", assim falou um senhor.

Tem cuidado, Rosalinda, se tu fores à praia, se tu fores ver o mar,
cuidado não te descaia o teu pé de catraia em óleo sujo à beira-mar,
cuidado não te descaia o teu pé de catraia em óleo sujo à beira-mar.


[Fausto, Madrugada dos Trapeiros, (1978)]


Recomendo escutar a canção cá.

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