quinta-feira, março 29, 2007

Instantâneas de Cáceres (1)

domingo, março 25, 2007

FINALMENTE!!! Hoje é um grande dia....

La Audiencia de Segovia dicta la primera condena contra el abandono de animales

El tribunal obliga a una mujer a pagar 90 euros por los daños causados a un perro de su propiedad

ELPAIS.com - Madrid - 25/03/2007

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La asociación El Refugio, en nombre de una perra, Nena, ha ganado por primera vez una batalla legal contra el abandono animal. La Audiencia Provincial de Segovia ha condenado a su dueña a pagar 15 días de multa, con cuota diaria de seis euros, y arresto sustitutorio de un día por cada dos cuotas impagadas por abandonar a la perra, que fue hallada por la asociación con quemaduras en el 70% de su cuerpo.

La Audiencia de Segovia dicta la primera sentencia contra el abandono animal-

La noticia en otros webs

Hace más de un año, en febrero de 2006, voluntarios de El Refugio recogieron a Nena en las inmediaciones de la localidad segoviana de Los Ángeles de San Rafael. Es un cruce de caniche de color negro que pesaba 4 kilos y presentaba quemaduras en el 70% de su cuerpo.

Los miembros de la asociación localizaron a la dueña a través del microchip del animal y la denunciaron ante el Juzgado de Instrucción número 1 de Segovia, que se decantó por la dueña. Ante la decisión judicial El Refugio formuló un recurso de apelación ante la Audiencia Provincial de Segovia que, en una sentencia de 7 folios, estima el recurso presentado por la Organización Proteccionista contra la sentencia dictada por el Juzgado y condena a antigua dueña de Nena por una falta de abandono de animal domestico.

No cabe recurso contra el fallo

El tribunal se ampara en el articulo 631.2 del Código Penal, que castiga a "quienes abandonen a un animal domestico en condiciones en que pueda peligrar su vida o integridad". Sin embrago ésta es la primera sentencia por abandono que se hace pública, que crea jurisprudencia menor, ya que no cabe contra ella recurso alguno.

La Audiencia considera probado que la acusada puso en peligro la vida del animal. Prueba de ello son las lesiones de la perra, que tuvo que ser asistida por veterinarios. Ahora, Nena ha sido adoptada por una familia madrileña.

Para El Refugio, la sentencia es una "gran paso adelante en la protección animal", según palabras de su presidente, Nacho Paunero, y sirve para continuar en la labor que realizan desde cada una de sus delegaciones. La asociación está inmersa en 70 procedimientos penales, civiles y administrativos en la Comunidad de Madrid, Castilla y León, Castilla la Mancha y Extremadura.

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Questo è una cicogna









Fotos feitas em Cáceres (e colgadas na miha página de Flickr).

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quinta-feira, março 22, 2007

Ciência na casa


Esta foto é prova de que a meterologia e outros fenómenos naturais podem ser estudados pelas pessoas sem sairem das suas casas. Abonda com boa vontade...

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sexta-feira, março 16, 2007

De traducções e outras misérias

Como espera alguém perceber algo de traduções como esta? Por quê as traduções automáticas on-line (galego-)português/inglês partem do castelhano e não do próprio (galego-)português? Google está a favor do surrealismo? Querem os saxões a receita do Polvo à feira? É o pó um ingrediente da receita? Conseguiremos terminar esta entrada sem engadir outra pergunta?

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segunda-feira, março 12, 2007

As "manifas" do PP

Banda desenhada de Peridis publicada em EL PAÍS o 12 de março de 2007.


Não faz falta comentário nenhum.

Saúde!

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Object trouvée (17)

Estes dias vamos a estar muito ocupados com as avaliações no licéu, assím que não haverá muitas entradas em Polvo à feira. Para compensar, deixamos-vos este chiste de Mauro Entrialgo para o seu blogue em EL PAÍS, que nos pareceu muito giro (e autêntico...)

domingo, março 11, 2007

Frigopoemas


Estes são exemplos de "poemas magnéticos", criados desde este site. Trata-se dum jogo consistente em um conjunto de palavras impressas sobre magnetos que podem combinar-se para compor um poema que depois pode adornar a geleira da casa ou outra superfície metálica.

É uma boa ferramenta de trabalho para usar em ateliers literários e aulas de língua e literatura ou idiomas com alunos novos. (Fizemos uma pesquisa na rede, mas não foi possível achar edição portuguesa. Estariamos muito obrigados a qualquer pessoa que pudesse fornecer informações sobre a sua existência.)

Há já uns anos, em Londres, comprámos o "Spanish kit" deste jogo de possibilidades tão atractivas e cativantes, e ontem encontrámos numa loja uma versão espanhola. Há mais informação sobre ela
aqui. Ambos sites contêm amostras de poesia alegadamente elaborada com o jogo, embora a qualidade das poesias em espanhol não seja alta e, na maioria dos casos resulte evidente que os autores não usaram o jogo aleatoriamente para depois corrigir, senão que escreveram os seus textos de forma deliberada, perdendo desse jeito frescura e capacidade de surpresa.

A ideia original nasceu nos Estados Unidos, como um médio de superar um bloqueio de escritor. Num idioma como o espanhol, com tantas desinências verbais e sufixos de todo tipo, resulta um pouco mais difícil quedar plenamente satisfeito dos resultados finais, mas paga a pena tentá-lo. O simulador do site americano funciona realmente bem e permite provar de maneira muito realista.

À poesia através do jogo...

Saúde!

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sábado, março 10, 2007

O meu novo brinquedo


Estou muito excitado. Após de meses de indecisão e muito ler sobre os novos modelos de câmaras, decidi-me finalmente pela CANON EOS 400D. Está a receber muitas críticas e muitas gabanças, assim que a ração última de que comprara CANON e não a Nikon D80 é pelo preço. Em El Corte Inglés têm uma oferta que inclui, além do corpo da câmara, um objectivo 18-55mm, um 55-200mm e mais a empunhadura para a bateria extra ou para o uso com pilhas recarregáveis. Os proprietários que comentaram as características de ambas câmaras em internet afirmam que apesar das diferenças entre modelos, a qualidade final das imagens é mais ou menos a mesma.

Ainda estou a ler as instruções de uso, mas estou impaciente por começar com as fotos!


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Mais uma vez, contra o empréstimo de pago nas bibliotecas públicas






Na quarta passada (veja-se último post em Polvo à feira) já reproduzimos um artigo do site espanhol contra a imposição por parte da UE dum pagamento pelo empréstimo de livros nas bibliotecas públicas, última amostra da barbárie que é a política cultural de corte neo-liberal. E hoje queremos insistir, uma outra volta e todas que façam falta. Isto há que pará-lo. A cultura, a educação não são luxos e têem de estar a disposição de todos sem distinção.

Espanha não é o único país onde se está a reagir: Portugal e Itália também protestam. As bibliotecas são um bem público imprescindível e não podemos permitir que nos privem dele. Desde Polvo à feira queremos animar a todos os blogueiros a que difundam os manifestos e as novas distribuidas desde esses sites e a que se publiquem entradas que expresem o nosso malestar com a medida. Bruxelas tem de ouvir a nossa voz!

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quarta-feira, março 07, 2007

Não ao empréstimo de pago em bibliotecas!

Recebi isto por correio electrónico. Nem há que dizer que apoio totalmente a gratuidade do préstamo nas bibliotecas públicas, sejam da titularidade que foram (estatais, universitarias, de fundações, municipais, de museus, etcétera):


Asunto: [IWETEL] Comunicado Plataforma contra el Préstamo de Pago en Bibliotecas




NO AL PRÉSTAMO DE PAGO EN BIBLIOTECAS


Recientemente, el Tribunal de Justicia Europeo ha condenado al Estado español a transponer la directiva 92/100, controvertida en prácticamente todos los países europeos. Esta directiva obliga a las bibliotecas a hacer algo contrario a su filosofía: pagar por prestar los libros a los lectores. El Ministerio de Cultura, en vez de unirse con otros países para tratar de anular esa disposición, a todas luces perniciosa para la cultura, tiene la intención de incorporarla en la futura Ley del Libro, la Lectura y las Bibliotecas, imponiendo un canon a las bibliotecas por su actividad principal: el préstamo de libros y otros materiales.

Este canon se liga al concepto de derechos de autor, pero esto no es más que una coartada. La inmensa mayoría de los autores no van a percibir prácticamente nada a cambio de que las bibliotecas presten sus libros, como se ha comprobado en los países en los que ya se aplica la directiva. Además, cientos de autores se han opuesto a este canon: Andrés Aberasturi, Belén Gopegui, Carlo Frabetti, Darío Fo, Emilio Lledó, Enrique Miret Magdalena, Gustavo Martín Garzo, José Luis Sampedro, Maruja Torres, Miguel Delibes, Rosa Regás... y un largo etcétera, además de cientos de profesores universitarios. La biblioteca es, indudablemente, una aliada de los autores, a los que promociona en mucha mayor medida que cualquier otra institución.

Si se llega a aplicar este canon, los presupuestos dedicados a bibliotecas sufrirán un recorte inevitablemente, y debe tenerse en cuenta que España es uno de los países europeos con menor gasto social en bibliotecas, y también uno de los países más atrasados en cuanto a indicadores de lectura. Difícilmente puede esta medida impulsar la lectura, como se dice en la exposición de motivos de la futura ley del Libro, la Lectura y las Bibliotecas. Por otro lado, este canon supone un paso adelante en la ofensiva neoliberal contra los servicios públicos, ya que los derechos de autor están ya recogidos en el precio de venta de libros y otros materiales. Es una agresión a la biblioteca imponerle una carga impositiva por ejercer su misión principal: el préstamo. Este nuevo impuesto introduce una lógica mercantilista en la biblioteca, absolutamente rechazable, y, además, será recaudado no por la administración, sino por las entidades de gestión de los derechos de autor, correas de transmisión de los intereses de los grandes grupos editoriales.

La directiva 92/100, como cualquier otra, es cuestionable. La Plataforma contra el Préstamo de Pago impugna su filosofía y está llevando a cabo una campaña informativa entre la opinión pública y las organizaciones. El objetivo final de la Plataforma es generar el debate social que se ha esquivado y, eventualmente, conseguir la retirada de la directiva. No es aceptable que los gobiernos vayan a Europa con una postura débil en la defensa de sus servicios públicos y vuelvan a su país con el mensaje resignado de que "Europa nos obliga a cumplir la directiva".

Las organizaciones que quieran adherirse a este comunicado, pueden hacerlo a través del correo electrónico: adhesiones@noalprestamodepago.org.

Los ciudadanos que deseen apoyar la campaña NO AL PRÉSTAMO DE PAGO EN BIBLIOTECAS, pueden hacerlo a través de la biblioteca más próxima.

Para más información: www.noalprestamodepago.org


PLATAFORMA CONTRA EL PRÉSTAMO DE PAGO

Marzo 2007

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Luis Cernuda. La realidad y el deseo (1)


ESTOY CANSADO
Estar cansado tiene plumas,
tiene plumas graciosas como un loro,
plumas que desde luego nunca vuelan,
mas balbucean igual que un loro.

Estoy cansado de las casas,
prontamente en ruinas sin un gesto;
estoy cansado de las cosas,
con un latir de seda vueltas luego de espaldas.

Estoy cansado de estar vivo,
aunque más cansado serÌa el estar muerto;
estoy cansado del estar cansado
entre plumas ligeras sagazmente,
plumas del loro aquel tan familiar o triste,
el loro aquel del siempre estar cansado.


DAYTONA
Hubo un día en el que el día no engañaba,
en que sus manos tristes no sostenían un cuervo
indiferente como los labios de la lluvia,
como el rojizo hastío.

Mas hoy es imposible
buscar la luz entre barcas nocturnas;
alguien cortó la piedra en flor,
sin que pudiera el mundo
incendiar la tristeza.

Sólo un lugar existe, cuyos días
nada saben de aquello,
aunque todo allí sea mortal, el miedo, hasta las plumas;
mas las olas abrazan
a tanta luz aún viva.

A tanta luz desbordando en la arena,
desbordando en las nubes, desbordando el tiempo,
que dormita sin voz entre las ramas,
olvidado fantasma con su collar de frío.

Mirad cómo sonríe hacia el amor Daytona.


TODO ES POR AMOR
Derriban gigantes de los bosques para hacer un durmiente,
derriban los instintos como flores,
deseos como estrellas,
para hacer sólo un hombre con su estigma de hombre.

Que derriben también imperios de una noche,
monarquías de un beso,
no significa nada;
que derriben los ojos, que derriben las manos como estatuas vacías,
acaso dice menos.

Mas este amor cerrado por ver sólo su forma,
su forma entre las brumas escarlata
quiere imponer la vida, como otoño ascendiendo tantas hojas
hacia el último cielo,
donde estrellas
sus labios dan a otras estrellas,
donde mis ojos, estos ojos,
se despiertan en otros.


CARNE DE MAR
Dentro de breves días será otoño en Virginia,
cuando los cazadores, la mirada de lluvia,
vuelven a su tierra nativa, el árbol que no olvida,
corderos de apariencia terrible,
dentro de breves días será otoño en Virginia.

Sí, los cuerpos estrechamente enlazados,
los labios en la llave más íntima,
¿qué dirá él, hecho piel de naufragio
o dolor con la puerta cerrada,
dolor frente a dolor,
sin esperar amor tampoco?

El amor viene y va, mira;
el amor viene y va,
sin dar limosna a nubes mutiladas,
por vestidos harapos de tierra,
y él no sabe, nunca sabrá más nada.

Ahora es inútil pasar la mano sobre otoño.


¿SON TODOS FELICES?
El honor de vivir con honor gloriosamente,
el patriotismo hacia la patria sin nombre,
el sacrificio, el deber de labios amarillos,
no valen un hierro devorando
poco a poco algún cuerpo triste a causa de ellos mismos.

Abajo pues la virtud, el orden, la miseria;
abajo todo, todo, excepto la derrota,
derrota hasta los dientes, hasta ese espacio helado
de una cabeza abierta en dos a través de soledades,
sabiendo nada más que vivir es estar a solas con la muerte.

Ni siquiera esperar ese pájaro con brazos de mujer,
con voz de hombre oscurecida deliciosamente,
porque un pájaro, aunque sea enamorado,
no merece aguardarle, como cualquier monarca
aguarda que las torres maduren hasta frutos podridos.

Gritemos sólo,
gritemos a un ala enteramente,
para hundir tantos cielos,
tocando entonces soledades con mano disecada.

(De Un río, un amor, 1929)




QUÉ RUIDO TAN TRISTE
Qué ruido tan triste el que hacen dos cuerpos cuando se aman,
parece como el viento que se mece en otoño
sobre adolescentes mutilados,
mientras las manos llueven,
manos ligeras, manos egoístas, manos obscenas,
cataratas de manos que fueron un día
flores en el jardín de un diminuto bolsillo.

Las flores son arena y los niños son hojas,
y su leve ruido es amable al oído
cuando ríen, cuando aman, cuando besan,
cuando besan el fondo
de un hombre joven y cansado
porque antaño soñó mucho día y noche.

Mas los niños no saben,
ni tampoco las manos llueven como dicen;
asÌ el hombre, cansado de estar solo con sus sueños,
invoca los bolsillos que abandonan arena,
arena de las flores,
para que un día decoren su semblante de muerto.


SI EL HOMBRE PUDIERA DECIR
Si el hombre pudiera decir lo que ama,
si el hombre pudiera levantar su amor por el cielo
como una nube en la luz;
si como muros que se derrumban,
para saludar la verdad erguida en medio,
pudiera derrumbar su cuerpo, dejando sólo la verdad de su amor,
la verdad de sí mismo,
que no se llama gloria, fortuna o ambición,
sino amor o deseo,
yo sería aquel que imaginaba;
aquel que con su lengua, sus ojos y sus manos
proclama ante los hombres la verdad ignorada,
la verdad de su amor verdadero.

Libertad no conozco sino la libertad de estar preso en alguien
cuyo nombre no puedo oír sin escalofrío;
alguien por quien me olvido de esta existencia mezquina,
por quien el día y la noche son para mí lo que quiera,
y mi cuerpo y espíritu flotan en su cuerpo y espíritu
como leños perdidos que el mar anega o levanta
libremente, con la libertad del amor,
la única libertad que me exalta,
la única libertad por la que muero.

Tú justificas mi existencia:
si no te conozco, no he vivido;
si muero sin conocerte, no muero, porque no he vivido.


TE QUIERO
Te quiero.

Te lo he dicho con el viento,
jugueteando como animalillo en la arena
o iracundo como órgano tempestuoso;

Te lo he dicho con el sol,
que dora desnudos cuerpos juveniles
y sonríe en todas las cosas inocentes;

Te lo he dicho con las nubes,
frentes melancólicas que sostienen el cielo,
tristezas fugitivas;

Te lo he dicho con las plantas,
leves criaturas transparentes
que se cubren de rubor repentino;

Te lo he dicho con el agua,
vida luminosa que vela un fondo de sombra;

Te lo he dicho con el miedo,
te lo he dicho con la alegría,
con el hastío, con las terribles palabras.

Pero así no me basta:
más allá de la vida,
quiero decírtelo con la muerte;
más allá del amor,
quiero decírtelo con el olvido.

(De Los placeres prohibidos, 1931)



CEMENTERIO EN LA CIUDAD
Tras de la reja abierta entre los muros,
la tierra negra sin árboles ni hierba,
con bancos de madera donde allá a la tarde
se sientan silenciosos unos viejos.
En torno están las casas, cerca hay tiendas,
calles por las que juegan niños, y los trenes
pasan al lado de las tumbas. Es un barrio pobre.

Como remiendos de las fachadas grises,
cuelgan en las ventanas trapos húmedos de lluvia.
Borradas están ya las inscripciones
de las losas con muertos de dos siglos,
sin amigos que les olviden, muertos
clandestinos. Mas cuando el sol despierta,
porque el sol brilla algunos días hacia junio,
en lo hondo algo deben sentir los huesos viejos.

Ni un hoja ni un pájaro. La piedra nada más. La tierra.
¿Es el infierno así? Hay dolor sin olvido,
con ruido y miseria, frío largo y sin esperanza.
Aquí no existe el sueño silencioso
de la muerte, que todavía la vida
se agita entre estas tumbas, como una prostituta
prosigue su negocio bajo la noche inmóvil.

Cuando la sombra cae desde el cielo nublado
y el humo de las fábricas se aquieta
en polvo gris, vienen de la taberna voces,
y luego un tren que pasa
agita largos ecos como bronce iracundo.
No es el juicio aún, muertos anónimos.
Sosegaos, dormid; dormid si es que podéis.
Acaso Dios también se olvida de vosotros.


UN ESPAÑOL HABLA DE SU TIERRA
Las playas, parameras
al rubio sol durmiendo,
los oteros, las vegas
en paz, a solas, lejos;

los castillo ermitas,
cortijos y conventos,
la vida con la historia,
tan dulces al recuerdo,

ellos, los vencedores
caínes sempiternos,
de todo me arrancaron.
Me dejan el destierro.

Una mano divina
tu tierra alzó en mi cuerpo
y allí la voz dispuso
que hablase tu silencio.

Contigo solo estaba,
en ti sola creyendo;
pensar tu nombre ahora
envenena mis sueños.

Amargos son los días
de la vida, viviendo
sólo una larga espera
a fuerza de recuerdos.

Un día, tú ya libre
de la mentira de ellos,
me buscarás. Entonces
¿qué ha de decir un muerto?


VIOLETAS
Leves, mojadas, melodiosas,
su oscura luz morada insinuándose
tal perla vegetal tras verdes valvas,
son un grito de marzo, un sortilegio
de alas nacientes por el aire tibio.

Frágiles, fieles, sonríen quedamente
con muda incitación, como sonrisa
que brota desde un fresco labio humano.
Mas su forma graciosa nunca engaña:
nada prometen que después traicionen.

Al marchar victoriosas a la muerte
sostienen un momento, ellas tan frágiles,
el tiempo entre sus pétalos. Así su instante alcanza,
norma para lo efímero que es bello,
a ser vivo embeleso en la memoria.


EL RUISEÑOR SOBRE LA PIEDRA
Lirio sereno en piedra erguido
junto al huerto monástico pareces.
Ruiseñor claro entre los pinos
que un canto silencioso levantara.
O fruto de granada, recio afuera,
mas propicio y jugoso en lo escondido.
Así, Escorial, te mira mi recuerdo.
Si hacia los cielos anchos te alzas duro,
sobre el agua serena del estanque
hecho gracia sonríes. Y las nubes
coronan tus designios inmortales.

Recuerdo bien el sur donde el olivo crece
junto al mar claro y el cortijo blanco,
mas hoy va mi recuerdo más arriba, a la sierra
gris bajo el cielo azul, cubierta de pinares,
y allí encuentra regazo, alma con alma.
Mucho enseña el destierro de nuestra propia tierra.
¿Qué saben de ella quienes la gobiernan?
¿quienes obtienen de ella
fácil vivir con un social renombre?
De ella también somos los hijos
oscuros. Como el mar, no mira
qué aguas son las que van perdidas a sus aguas,
y el cuerpo, que es de tierra, clama por su tierra.

Porque me he perdido
en el tiempo lo mismo que en la vida,
sin cosa propia, fe ni gloria,
entre gentes ajenas
y sobre ajeno suelo
cuyo polvo no es el de mi cuerpo;
no con el pensamiento vuelto a lo pasado,
ni con la fiebre ilusa del futuro,
sino con el sosiego casi triste
de quien mira a lo lejos, de camino,
las tapias que de niño le guardaran
dorarse al sol caÌdo de la tarde,
a ti, Escorial, me vuelvo.

Hay quienes aman los cuerpos
y aquellos que las almas aman.
Hay también los enamorados de las sombras
como poder y gloria. O quienes aman
sólo a sí mismos. Yo también he amado
en otro tiempo alguna de esas cosas,
mas después me sentí a solas con mi tierra,
y la amé, porque algo debe amarse
mientras dura la vida. Pero en la vida todo
huye cuando el amor quiere fijarlo.
Así también mi tierra la he perdido,
y si hoy hablo de ti es buscando recuerdos
en el trágico ocio del poeta.

Tus muros no los veo
con estos ojos míos,
ni mis manos los tocan.
Están aquí, dentro de mí, tan claros,
que con su luz borran la sombra
nórdica donde estoy, y me devuelven
a la sierra granítica en que sueñas
inmóvil, por la verde foscura de los montes
brillando al sol como un acero limpio,
desnudo y puro como carne efímera,
pero tu entraña es dura, hermana de los dioses.

Eres alegre, con gozo mesurado
hecho de impulso y de recogimiento,
que no comprende el hombre si no ha sido
hermano de tus nubes y tus piedras.
Vivo estás como el aire
abierto de montaña,

como el verdor desnudo
de solitarias cimas,
como los hombres vivos
que te hicieron un día,
alzando en ti la imagen
de la alegría humana,
dura porque no pase,
muda porque es un sueño.

Agua esculpida eres,
música helada en piedra.
La roca te levanta
como un ave en los aires;
piedra, columna, ala
erguida al sol, cantando
las palabras de un himno,
el himno de los hombres
que no supieron cosas útiles
y despreciaron cosas prácticas.
¿Qué es lo útil, lo práctico,
sino la vieja añagaza diabólica
de esclavizar al hombre
al infierno en el mundo?

Tú, hermosa imagen nuestra,
eres inútil como el lirio.
Pero ¿cuáles ojos humanos
sabrían prescindir de una flor viva?
Junto a una sola hoja de hierba,
¿qué vale el horrible mundo práctico
y útil, pesadilla del norte,
vómito de la niebla y el fastidio?
Lo hermoso es lo que pasa
negándose a servir. Lo hermoso, lo que amamos,
tú sabes que es un sueño y que por eso
es más hermoso aún para nosotros.
Tú conoces las horas
largas del ocio dulce,
pasadas en vivir de cara al cielo
cantando el mundo bello, obra divina,
con voz que nadie oye
ni busca aplauso humano,
como el ruiseñor canta
en la noche de estío,
porque su sino quiere
que cante, porque su amor le impulsa.
Y en la gloria nocturna
divinamente solo
sube su canto puro a las estrellas.

Así te canto ahora, porque eres
alegre, con trágica alegría
titánica de piedras que enlaza la armonía,
al coro de montañas sujetándola.
Porque eres la vida misma
nuestra, mas no perecedera,
sino eterna, con sus tercos anhelos
conseguidos por siempre y nuevos siempre
bajo una luz sin sombras.
Y si tu imagen tiembla en las aguas tendidas,
es tan sólo una imagen;
y si el tiempo nos lleva, ahogando tanto afán insatisfecho,
es sólo como un sueño;
que ha de vivir tu voluntad de piedra,
ha de vivir, y nosotros contigo.

(De Las nubes, 1937-1940)

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domingo, março 04, 2007

Primavera?







Pontevedra, ontem: as flores deziam sim; o céu dezia não.

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quinta-feira, março 01, 2007

Sugar Mountain rocks Madrid!


O passado 23 de fevereiro, assistimos ao concerto dos nossos paisanos pontevedreses Sugar Mountain na sala Wurlitzer Ballroom de Madrid. Rock do bom, com referências "setenteiras" e influências notáveis dos Faces e dos Rolling Stones (a formação é "calcada" de estas bandas: duas guitarras, teclados, baixo e bateria). Presentaram o seu último trabalho: In The Raw (Good Sounds) e fizeram versões dos dous grupos já citados, mais Stray Cats e The Kinks. Um som muito trabalhado, e entusiasmo contagioso da banda na actuação. Nota-se que desfrutam do que fazem.

Curiosamente, as fotos que peor sairam, são as melhores. Não é a primeira que me ocorre.

Se tens curiosidade, este enlace informa de próximos concertos. A não perder.

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Adeus, Madrid, adeus

Este será o meu último curso em Madrid e, de algum jeito, a despedida começou já. Assim que decidi usar o tempo livre para realizar visitas a sítios que até o de agora tinha deixado "aparcados". Comprei uma guia da cidade e hei-de fazer fotografias de todos esses lugares. Aqui quedará constância de tudo.





Post-scriptum: aceito sugerências, petições e rogos. Algum lugar que quereis ver retratado?

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