segunda-feira, agosto 07, 2006

Olá e... até dentro duns dias

Muito obrigado aos amigos e amigas que saudaram a minha breve volta ao blogue e muito especialmente aos blogueiros e blogueiras que perguntaram por mim através do correio electrónico.

Já disse que em Julho estaria ocupado pelas "oposiciones". Posso dizer que as aprovei, mas lamentavelmente, não obtive nota dabondo para conseguir praza. Assim pois, o exílio madrilense durará um ou dois anos mais.

Também aproveito este post para dizer "até já". Polvo à feira permanecerá fechado por férias até, pelo menos, o vindeiro dia 21 de Agosto. Aguarda-nos uma viagem que nem o Tour da França: Munique-Viena-Ljubliana-Venécia-Innsbruck-Zurique, com paragens breves em Salzburgo, Baden, Trieste e algum sítio mais do Tirol... Coido que o periplo dará para umas quantas entradas no blogue à minha volta.

Uma aperta para todos e que tenhais um esplêndido verão, sem mais lumes, por favor.

sexta-feira, agosto 04, 2006

Outro poema de Patrick Kavanagh

Outro poema de Patrick Kavanagh, poeta galego que fingiu ser irlandês e do que já falámos em Polvo à feira.

No Social Conscience
He was an egoist with an unsocial conscience,
And I liked him for it though he was out of favour
For he seemed to me to be sincere,
Wanting to be no one’s but his own saviour.

He lived in a neutral country through a war
And never cut a sod of turf or said
The word ‘Emergency’ once,
He simply called it ‘the war’ and that was bad.


He saw the wild witch eyes which are a Nation’s
Turned upon the one man who held
Against the gangs of fear his ordinary soul –
He did no public service but lived for himself.


His one enthusiasm was against the hysteria
Of the dangerous men who are always in procession
Searching for someone to murder or worship –
He never qualified for directorship or State pension.


Sem consciência social
Era um egoísta com uma consciência associal,
E gostava dele por isso, embora estivesse contracorrente,
Porque parecia-me sincero,
E não desejava ser o salvador de ninguém que não fora ele próprio.

Vivia num país neutral durante uma guerra
E nunca cortou um feixe de turba nem disse
A palavra ‘Emergência’ uma soa vez,
Limitava-se a chamá-la ‘a guerra’ e isso era mau.

Viu os olhos de bruxa que uma nação
Volta sobre aquele que mantém
Contra os bandos do medo a sua alma ordinária.
Não fez serviço público nenhum; vivia para ele.

O seu único entusiasmo era contra a histeria
Dos homens perigosos que saem sempre em procissão
Na busca de alguém a quem matar ou adorar.
Nunca mereceu uma direcção geral ou uma pensão do estado.

Etiquetas: ,

quarta-feira, agosto 02, 2006

Os libros arden mal, de Manuel Rivas

Algumas coisas ouvidas a Manuel Rivas durante a assinatura de exemplares do seu último romance Os libros arden mal, na Feira do Livro de Pontevedra (16 de Julho de 2006):

Lida de princípio a fim, o livro tem uma estrutura clássica, mas também é possível ler as pequenas histórias uma a uma como se fossem independentes.

Ao escrever pensava num romance no que o leitor devorasse página trás página sem poder soltar o livro. Pelo menos, esse é o meu sonho.
Ainda estou metido no romance, nas personagens. Ainda não consegui livrar-me deles.


O escritor sorria e tinha palavras amáveis para todo o que se achegava à mesa onde assinava. A uma rapariga animou-a a ler muito, porque para escrever bem, há que ler bem. Acompanha a sua assinatura com o desenho duma esfera armilar e um barco ou um arco da velha. É bom que os escritores se mantenham tão perto dos seus leitores, mas fazê-lo com tanta naturalidade e amabilidade está nas mãos de bem poucos.

Os libros arden mal, de Manuel Rivas, está editado por Xerais.

Etiquetas: ,

adopta tu também uma mascote virtual!